Educacional

A mediação de conflitos na escola se apresenta como uma proposta de pacificação, oferecendo aos sujeitos envolvidos no conflito a possibilidade de solucioná-lo ou ameniza-lo por intermédio de ajuda especializada.

Nesse sentido, a mediação pode ser definida como “um processo não adversarial, confidencial e voluntário, no qual um terceiro imparcial facilita a negociação entre duas ou mais partes, onde um acordo mutuamente aceitável poderá ser um dos desenlaces possíveis”. Assim sendo, a imparcialidade, o diálogo e o consenso democrático são práticas imprescindíveis na resolução dos conflitos.

A mediação de conflitos na escola pretende contribuir para a convivência mais saudável, construção da cidadania e enfrentamento da violência, já que são os próprios envolvidos no conflito que tentam buscar meios de superá-lo, prática que ao longo do tempo, possibilita a criação da cultura da paz nas escolas.

A mediação pode ser aplicada em qualquer contexto de convivência em que haja conflito, impasses em que o diálogo entre as partes envolvidas não seja capaz de resolver, requerendo a intervenção do mediador, sujeito alheio e imparcial a situação. Para tanto há a necessidade de um local apropriado que garanta sigilo e cordialidade, para que o trabalho de mediação seja possível e um tempo específico para realizá-lo.

Para que o processo de mediação ocorra sem grandes oscilações, algumas normas devem ser estabelecidas, como: confidencialidade, intimidade, liberdade de expressão, imparcialidade e compromisso com o diálogo.

Ao término das sessões de mediação espera-se que os envolvidos encontrem alternativas mutuamente viáveis para solucionar o conflito, criando assim, um pacto de convivência, se não amigável, respeitoso. Portanto o objetivo da mediação não é construir amizades, mas contribuir para melhores relações interpessoais, melhorando a qualidade da convivência no ambiente escolar.

A mediação é um processo de ajuda em situação de crise e está sendo pensada para o conflito, de ordem passageira, porém sua efetivação, na cultura escolar, requer uma intervenção pontual, a serviço de conflitos que não se resolvam espontaneamente. Assim seu papel é prevenir que tais conflitos cresçam e transformem-se em atos de violência.

Isso acontece na medida em que são disponibilizados aos agentes do conflito momentos e locais adequados para, com auxilio do mediador, buscarem por meio do diálogo e do respeito uma solução plausível às necessidades dos envolvidos.

Visto que quando a mediação não acontece cabe aos sujeitos do conflito, em momento de elevada afetação emocional, buscarem sozinhos o que cada um acredita ser o certo, fato que desencadeia uma série de fatores que podem dificultar ainda mais a negociação e gerar agressões verbais, psicológicas e físicas, caracterizando um quadro de violência assumida. Assim, no momento apropriado, quando ocorre a intervenção no conflito, por alguém preparado, essa situação tende a amenizar e encontrar meios de retornar a convivência pacífica e respeitosa, evitando assim a violência.

Desse modo, acredita-se que a mediação de conflitos possa contribuir para o desenvolvimento social e emocional na escola, melhorar qualidade da convivência escolar, na compreensão de que o conflito é algo positivo quando permite uma ruptura na postura dos envolvidos e abertura para o diálogo e na construção de uma comunidade mais cooperativa e fraterna na escola.

Numa época em que uma série de problemas sociais interfere no desempenho pedagógico da escola, precisamos que todos os seus protagonistas se juntem, somem esforços, para que sejam efetivados os princípios sobre os quais ela vai construindo e estimulando a interação, a cooperação entre os professores, funcionários e alunos. Todos empenhados em reconstruir e restaurar as condições de base de uma relação pedagógica e educativa.